Kirby’s Adventure

Foi uma grata surpresa jogá-lo. Hoje, ele se tornou um dos meus favoritos do NES, atrás apenas de Super Mario Bros. 3, por razões nostálgicas.

Um belo dia, Kirby, uma bolinha rosa e fofinha, desperta e percebe que, estranhamente, não teve nenhum sonho na noite anterior. Algo comum para nós, meros mortais, mas que jamais passaria despercebido na Terra dos Sonhos — Dreamland — onde todos os habitantes são diariamente agraciados com belos sonhos, graças à Fonte dos Sonhos (é muito sonho!). Kirby então decide investigar o problema e descobre que King Dedede tomou a Star Rod, varinha responsável pelo poder da fonte, partiu-a em sete pedaços e distribuiu-os aos seus amigos pelo Dreamland, inicialmente sem motivo aparente (temos um plot twist no final). Agora cabe a Kirby restaurar o poder da Fonte dos Sonhos e garantir novamente noites tranquilas aos habitantes daquele planeta.

Essa é a história por trás de Kirby’s Adventure, segundo da franquia, jogo de aventura e plataforma desenvolvido pela HAL Laboratory e publicado pela Nintendo para o NES  Nintendo Entertainment System e Famicom. Lançado em março de 1993 no Japão, maio na América do Norte e setembro do mesmo ano na Europa, Kirby’s Adventure vendeu 1,75 milhão de unidades, um número bastante expressivo para a época, colocando-o entre os jogos mais vendidos do NES, embora ainda distante dos gigantes do console, como Super Mario Bros. 3, que ultrapassou 17 milhões de cópias vendidas. Logo, Kirby encantou os jogadores com sua simplicidade e carisma, resultando em uma franquia com mais de 30 jogos lançados e vendas superiores a 51 milhões de cópias até hoje.

Primeiro você desenha um círculo, então você pontilha os olhos. Adicione um grande sorriso e pronto, é Kirby!
Primeiro você desenha um círculo, então você pontilha os olhos. Adicione um grande sorriso e pronto, é Kirby!

Uma mente brilhante, e o poder de um deus

A mente por trás de Kirby é Masahiro Sakurai, um jovem designer de jogos que, aos 19 anos, recebeu a tarefa de criar um jogo que tirasse a HAL Laboratory do vermelho. No fim, ele entregou muito mais do que isso, e aqui fica uma reflexão sobre a qualidade e originalidade das franquias japonesas de jogos. Boa parte dos personagens que conhecemos são de origem nipônica, ratificando a incrível capacidade que os japoneses têm em transformar jogos em verdadeiras peças de arte. Sobre Sakurai, vale mencionar que ele também foi responsável pela criação da famosa franquia Super Smash Bros., cujo sucesso consolidou seu nome como um dos designers mais talentosos e influentes da indústria dos jogos.

O primeiro jogo da franquia, Kirby’s Dream Land (Game Boy), lançado um ano antes, ainda não possuía uma das principais mecânicas da bolota rosa: a habilidade de engolir adversários e absorver seus poderes. Agora, no NES, Kirby pode copiar habilidades, permitindo-lhe tecnicamente adquirir poderes de qualquer entidade do Universo, até mesmo de um deus. Para mim, o que mais chama a atenção em Kirby é a dualidade da sua aparência frágil e fofa e o seu poder praticamente infinito.

Masahiro Sakurai, criador de Kirby.
Masahiro Sakurai, criador de Kirby.

Quase um Cozy Game

Kirby’s Adventure chamou muito minha atenção principalmente por não ter uma dificuldade tão elevada quanto outros títulos da época, como Super Mario ou Ninja Gaiden, talvez devido ao seu lançamento tardio na geração do NES, priorizando a jogabilidade e fator replay. Visualmente, o jogo parece pertencer à geração 16-bit, causando a impressão de levar o console (no meu caso, foi o emulador de NES) ao limite. Assim, as quedas de quadro são constantes, principalmente quando há uma grande quantidade de inimigos na tela, o que pode incomodar os jogadores mais exigentes. Pelas minhas pesquisas, tanto o console original quanto a portabilidade para o Nintendo Switch Online sofrem do mesmo problema.

Uma gameplay robusta e diversa — são 24 habilidades distintas que Kirby pode adquirir, incluindo as famosas habilidades de espada, fogo e tornado, que ampliam significativamente as possibilidades e estratégias durante a jogatina — fluida, simples porém refinada e, sobretudo, divertida, torna Kirby quase um título Cozy Game (jogos fofinhos e aconchegantes). Foi uma grata surpresa jogá-lo. Hoje, ele se tornou um dos meus favoritos do NES, atrás apenas de Super Mario Bros. 3, por razões nostálgicas.

Fator Replay e Conteúdo Extra

Kirby’s Adventure também se destaca por trazer conteúdo pós-game, inovador para a época. Existem mini-games divertidos (o do Velho Oeste é meu favorito, mas há também o de pegar ovos e o clássico jogo da garra para coletar vidas!), um modo Boss Rush e o Modo Extra, onde rejogamos a campanha com energia reduzida. Ao finalizar este modo, desbloqueia-se o Sound Test. A trilha sonora, assinada principalmente por Hirokazu Ando, merece destaque especial, sendo digna do “Selo de Qualidade Nintendo de Trilhas Sonoras Emblemáticas, Viciantes e Chicletudas” (SQNTSEVC), instituído por mim neste momento.

Os mini-games de Kirby's Adventure vão colocar os seus reflexos à prova!!
Os mini-games de Kirby's Adventure vão colocar os seus reflexos à prova!!

Feito Especialmente Para o Jogador Casual

Kirby’s Adventure é perfeito para jogadores casuais, não exigindo habilidades extremas. Você pode derrotar inimigos ou simplesmente evitá-los voando pelos níveis. Para os mais engajados, as conquistas do jogo no RetroAchievements, com exceção das que envolvem derrotar chefes sem sofrer danos, são acessíveis, sendo uma ótima porta de entrada para os que estão começando a se aventurar em conquistas e platinas. Kirby’s Adventure diverte do início ao fim, trazendo uma excelente reviravolta ao final, e definitivamente é um dos melhores títulos do NES. Para quem já está familiarizado com jogos de plataforma, é possível concluí-lo tranquilamente em uma única tarde, sem maiores empecilhos; mas, se não conseguir por qualquer motivo, não se preocupe, além de ser um jogo quase perfeito, ainda possui salvamento, no caso de cartuchos originais ou ROMs via emulação/everdrive.

Análise em Vídeo por Arquivando Jogos

Gameplay não Comentada por Arquivando Jogos

Comerciais de TV

Manual de Instruções (EUA)

Publisher: Nintendo
Desenvolvedora: HAL Laboratory
Plataforma: Nintendo Entertainment System
Lançamento: maio, 1993 (AN)

O segundo jogo da bolota rosa e fofinha dos games é um deleite para os olhos e ouvidos de quem joga. Excelente em todos os aspectos, tira 110% do hardware 8-bit e nos entrega uma experiência única. Divertidíssimo e obrigatório para os amantes de jogos.

Prós

  • Gráficos impressionantes para o hardware da época
  • Diversidade de gameplay
  • Dificuldade na medida certa, perfeito para uma tarde chuvosa
  • Salvamento de progresso

Contras

  • Queda de FPS constante, especialmente em fases com muitos inimigos
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