Ninja Gaiden II: The Dark Sword of Chaos

...farão você querer atirar o controle longe — mas respire fundo, pois não vale a pena destruí-lo por causa de um inimigo tão desprezível.

Um ano após a intensa batalha entre Jaquio e Ryu Hayabusa, uma nova ameaça surge para assombrar a humanidade. Ashtar, imperador do mal, planeja usar a Espada Negra do Caos para mergulhar o mundo nas trevas. Quando Irene Lew, o grande amor de Hayabusa, se torna peça-chave nos planos do vilão, o protagonista se vê forçado a entrar mais uma vez em ação. Assim começa a história de Ninja Gaiden II: The Dark Sword of Chaos.

Ninja Gaiden II foi desenvolvido e publicado pela Tecmo para o NES em 1990 na América do Norte e no Japão, chegando à Europa apenas em 1992. Foi também lançado e portado para outros sistemas, inclusive, como parte integrante da trilogia disponível para SNES. Até o momento da publicação deste artigo, não encontrei justificativas oficiais para o atraso no lançamento europeu.

Ashtar, imperador do mal, planeja usar a Espada Negra do Caos para mergulhar o mundo nas trevas.
Ashtar, imperador do mal, planeja usar a Espada Negra do Caos para mergulhar o mundo nas trevas.

A sequência de Ninja Gaiden ficou sob responsabilidade de Masato Kato, enquanto Hideo Yoshizawa continuou como um dos escritores da trama. Essa colaboração garantiu uma continuidade natural entre os jogos, mantendo o ritmo narrativo coeso. A Tecmo acertou ao manter o enfoque cinematográfico do primeiro título. A trama, centrada em Ashtar, Hayabusa e Irene, prende o jogador do início ao fim, apesar das limitações técnicas da época. As cutscenes estão mais detalhadas, e o jogo não tem pressa em desenvolver sua história entre as fases. Cerca de metade do tempo de gameplay é dedicado à narrativa, o que achei um grande acerto.

Melhorias em Todos os Aspectos

Ninja Gaiden II aprimora tudo o que já era bom no primeiro jogo. Além da narrativa, os gráficos estão mais refinados, a jogabilidade mais responsiva, a dificuldade melhor ajustada — embora ainda seja desafiadora — e a trilha sonora, composta por Ryuichi Nitta, Mayuko Okamura e Kaori Nakabai, é um espetáculo à parte. Para mim, a música é o ponto alto do jogo, transmitindo a energia necessária para enfrentar as hordas de inimigos. É impossível não se empolgar, por exemplo, vendo a cutscene de Ryu Hayabusa em ação com a música Going Gets Tough de pano de fundo.

Falando em inimigos, há uma grande variedade de oponentes, cada um com habilidades e padrões próprios. Vários deles tem a milagrosa habilidade de atravessar paredes ou subir em plartaformas impossíveis de serem alcançadas normalmente, só para te atacar. Alguns chefões do primeiro jogo foram rebaixados a inimigos comuns, como Barbarian, Bomberhead e Bloody Malt. Já outros, como o Grazer, farão você querer atirar o controle longe — mas respire fundo, pois não vale a pena destruí-lo por causa de um inimigo tão desprezível.

Inimigos como o Grazer farão você querer atirar o controle longe.
Inimigos como o Grazer farão você querer atirar o controle longe.

Subindo Pelas Paredes

Uma das mudanças mais significativas em Ninja Gaiden II é a possibilidade de Ryu escalar qualquer parede, sem depender de escadas. Essa mecânica, aparentemente simples, deixa o jogo mais dinâmico, abrindo novas possibilidades estratégicas.

Outra novidade é a presença dos clones de sombra — no máximo dois — que repetem os movimentos de Ryu com um pequeno atraso. No papel, parece uma grande vantagem, mas na prática, essa habilidade pode atrapalhar em alguns momentos, principalmente quando os clones camuflam inimigos da mesma cor. Ainda assim, contra chefes, eles se mostram extremamente úteis.

Ninja Gaiden II inova na gameplay. Cada fase tem características e peculiaridades próprias.
Ninja Gaiden II inova na gameplay. Cada fase tem características e peculiaridades próprias.

Além dos clones, Ryu conta com uma maior variedade de habilidades e mais pontos de magia disponíveis, permitindo diferentes abordagens ofensivas e defensivas. No primeiro jogo, o segredo era economizar no uso de magia e chegar nos chefes com a habilidade Spinning Slash, que foi removida aqui. Isso forçava os jogadores a usar mais o ataque simples, aumentando o desafio em algumas situações.

Ninja Gaiden II também traz maior diversidade no design das fases. Elementos como vento forte, gelo escorregadio, trechos totalmente escuros e inimigos emboscando nas paredes adicionam novas camadas de dificuldade e estratégia.

Ninja Gaiden II é mestre em contar histórias em uma época em que videogame não sabia fazer isso tão bem.
Ninja Gaiden II é mestre em contar histórias em uma época em que videogame não sabia fazer isso tão bem.

A dificuldade foi completamente rebalanceada. O gameplay mais refinado dá a impressão de que o jogo está mais acessível, mas, para os viciados em conquistas retrô (meu caso), a ausência do Spinning Slash, como mencionado anteriormente, torna o trabalho de masterizar o jogo no RetroAchievements um verdadeiro pesadelo. No momento da publicação deste texto, consegui apenas 77% das conquistas e, sinceramente, estou cogitando desistir de dominar o jogo.

Assim como no primeiro Ninja Gaiden, o final do jogo reserva três batalhas consecutivas contra chefes. Se o jogador perder, precisará refazer a última fase — que, apesar de desafiadora, é menos cruel do que a do primeiro jogo.

Pixel art incrível para um jogo de 8-bits.
Pixel art incrível para um jogo de 8-bits.

O melhor da Trilogia

Ninja Gaiden II é um título obrigatório para os fãs de jogos 8-bits. Considero-o substancialmente superior ao seu predecessor e, mesmo sem conhecer Ninja Gaiden III a fundo, me parece ser o melhor da trilogia. Não se trata apenas de um dos melhores jogos de ação do NES, mas também um dos que melhor equilibra desafio, narrativa e jogabilidade, consolidando seu lugar na história dos videogames.

Recomendo fortemente que não tente masterizá-lo no RetroAchievements — sua saúde mental agradecerá.

Análise em Vídeo por Arquivando Jogos

Gameplay não Comentada por Arquivando Jogos

Comercial de TV Japonês

Manual de Instruções (EUA)

Publisher: Tecmo
Desenvolvedora: Tecmo
Plataforma: Nintendo Entertainment System
Lançamento: maio, 1990 (AN)

A sequência da trama envolvendo Ryu Hayabusa e a lendária Espada do Dragão melhora em todos os aspectos o jogo antecessor, e é conhecido como o melhor dentre a trilogia lançada para os consoles de 8-bits.

Prós

  • Melhorias gráficas consideráveis
  • Trilha sonora empolgante
  • História muito bem detalhada digna de um longa-metragem

Contras

  • Dificuldade artificial e punitiva
  • Dificuldade em situar-se em fases caóticas, com muitos inimigos
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